Começamos a semana com um novo post sobre jardinagem. Já temos escrito em alguma ocasião sobre a oliveira, que como deve saber, é um os cultivos mais típicos da península Ibérica.
No obstante, tende a ser vítima de diversas pragas e doenças que podem danificar gravemente as suas folhas, frutos e a árvore em geral. Muitas delas, além disso, costumam manifestar-se sob condições de grande humidade.
Para as evitar, devemos identificá-las corretamente e conhecer as suas causas.
Por isso, neste artigo vamos contar-lhe quais são as 5 doenças mais comuns da oliveira, como as pode prevenir e, em última instância, como as tratar.
Vamos lá!
O primeiro que devemos saber é de onde procedem as ditas doenças. Por um lado, encontrámo-nos com aquelas causadas por diversas pragas, como podem ser a mosca-da-oliveira, a cochonilha ou a larva branca.
Por outro lado, existem outras que se devem a infeções provocadas por fungos e as bactérias. Dentro deste segundo tipo, podemos destacar o olho de pavão da oliveira, a gafa, o ferrujão ou a tuberculose da oliveira.
Entre os diferentes danos que podem gerar à oliveira, podemos mencionar o aparecimento de manchas nas folhas, verrugas nos ramos ou feridas na árvore.
Para as combater, temos que ser capazes de reconhecer os sintomas que as ocasionam, de onde procedem e, claro, saber que tratamento devemos aplicar em cada caso.
Dito isto, apresentamos-lhe quais são as principais doenças e as pragas mais comuns que a oliveira enfrenta durante o seu cultivo.
Para muitos, o olho de pavão é a doença mais grave de que esta árvore pode padecer. Trata-se de uma infeção causada por um fungo que apenas é patogénica da oliveira, o Fusicladium olagenium.
Como pode saber que está infetada?
A doença apresenta-se como uma série de manchas de cor preta ou cinzenta que aparecem nas folhas. É mais provável que apareça durante o outono e o inverno, quando a folha está molhada e as temperaturas se encontram abaixo dos 20º C.
Quando chega a primavera, as folhas infetadas tornam-se amarelas e terminam por cair.
Por esta razão, é recomendável aplicar, em modo de prevenção, tratamentos com cobre antes de que cheguem as primeiras chuvas. Também lhe recomendamos que recolha e queime as folhas que caiam ao solo, pois é uma forma de evitar que a doença continue no solo e volte a reproduzir-se.
Alguns insetos segregam uma substância sobre a oliveira que facilita o crescimento deste fungo, também conhecido como fumagina. Entre as mais habituais encontram-se os pulgões, as larvas brancas e as cochonilhas da fumagina.
Todas elas são muito dadas a aparecer quando há muita humidade.
Entre os danos ocasionados pelo ferrujão, devemos assinalar que impede a oliveira de realizar a fotossíntese de forma adequada. Isto é devido a que a poeira gerada pelas pragas que cobre a as folhas com uma camada que bloqueia a entrada da luz.
Como consequência, a planta debilita-se pouco a pouco até ficar seca.
Como já ocorreu no caso do olho de pavão, as aplicações com cobre são úteis para combater esta doença de carácter criptogâmico, mas neste caso devemos ter muito em conta a época em que nos situamos.
Que queremos dizer com isto?
Por exemplo, quando as temperaturas são moderadas, é preferível optar por tratamentos com produtos cúpricos. Além disso, devido a que esta doença se deve a uma série de pragas, também devemos tomar medidas preventivas contra os insetos fitófagos (herbívoros).
Também conhecida como sarna da oliveira. Uma das mais frequentes a que as árvores enfrentam. A origem reside numas bactérias (conhecidas como Pseudomonas savastanoi) que se introduzem nas feridas da árvore, provocadas pelas geadas, o granizo ou as tempestades.
Além disso, deve saber que algumas técnicas de recolha como o varejamento também podem provocar-lhe danos graves que favoreçam o desenvolvimento desta doença.
Como a identificamos?
Podemos saber que a oliveira está doente devido à presença de umas verrugas pastosas com tonalidades esverdeadas que nascem nas extremidades da árvore. Se os ramos são ainda jovens, há mais probabilidades de que se vejam afetadas.
Estes tumores bloqueiam a circulação da seiva. Por esta razão, os ramos da oliveira são incapazes de produzir e acabam por secar.
Atualmente, não existe nenhum tratamento que possa combater a tuberculose da oliveira, após ficar infetada. No entanto, a árvore pode sobreviver se forem eliminados os ramos contagiados e se desinfetar as ferramentas que entrem em contacto com a espécie.
Ocasionada pelo fungo Colletotrichum, é mais dada a manifestar-se em zonas húmidas do sul de Portugal. Ao contrário das outras doenças, nesta ocasião o fungo ataca o fruto em vez das folhas.
Reconhece-se pelo aparecimento de manchas castanhas que nascem no interior da oliveira, as quais acabam por segregar um líquido cor de laranja e textura gelatinosa.
Chegados a este ponto, é possível que os ramos sequem e não brotem de novo. Para antecipar-nos aos efeitos da gafa, devemos assegurar-nos de que a árvore não esteja plantado numa zona que tivesse sido infetada anteriormente.
Além disso, há que assegurar-se de que as condições ambientais jogam a favor do desenvolvimento do fungo. Em caso afirmativo, os sulfatos cúpricos e o cobre são uma boa alternativa. Se a árvore fica sob os seus efeitos, devemos eliminar as partes da oliveira que caiam ao solo, queimando-as.
Uma das bactérias mais perigosas para uma oliveira. Pese a que os seus efeitos foram especialmente prejudiciais em Itália, foi detetada o ano passado em Portugal, sendo este cultivo uma das suas vítimas. Portanto, convém que sejamos capazes de detetar os seus sintomas.
E quais são?
Um deles é que as folhas murcham e caem dos ramos. O agravamento da luzerna, em geral, é outro indício da infeção. Ainda para mais, o ébola da oliveira pode ser transmitido pelos insetos que se alimentam da planta, chegando a contagiar exemplares sãos.
Como no caso da tuberculose da oliveira, não existe remédio.
Tudo o que podemos fazer caso alcance a nossa árvore é eliminar as partes afetadas e evitar que cresça.
Esperamos que este artigo lhe sirva para identificar e prevenir as principais doenças da oliveira.
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