O juniperus communis, conhecido como zimbro rasteiro, é uma das espécies lenhosas mais presentes no território nacional. Ao ser muito resistente (suporta climas extremos, secas e ventos) é habitual encontrar-la no interior centro e norte.
A subespécie communis é a maior de todas as variedades do juniperis. Os seus frutos, folhas, etc., como outras plantas já analisadas neste blogue, usam-se para tratar diferentes doenças, pois são benéficas para a saúde.
Esta ficha recolhe, para além do mencionado anteriormente, também aspetos como os cuidados necessários para um correto desenvolvimento ou possíveis doenças e pragas que podem afetar a planta.
Curioso? Continue a ler!
O que é o zimbro rasteiro ou juniperus communis, que características tem e para que se usa?
- Nome comum: Zimbro comum
- Nome científico: Juniperus communis
- Classe: Pinopsida
- Família: Cupressaceae
- Origem: Esta planta lenhosa é originária da América do Norte (região da Califórnia), do norte de África e da Ásia (Himalaias). Na atualidade ocupa as zonas de montanha da Europa, o sul do continente asiático e América do Norte. Em Portugal, é habitual ver zimbro no interior norte e centro. Este arbusto cresce em zonas de frio intenso, com ventos fortes e nas partes altas das montanhas.
Características do zimbro rasteiro: descrição, particularidades e componentes da planta
O juniperus communis, ou como se lhe chama coloquialmente zimbro rasteiro, é um arbusto dioico (com indivíduos masculinos e femininos), perenifólio, que pode chegar a medir vários metros de altura quando as condições são as mais adequadas. A subespécie communis é a única variedade de Juniperus que chega a ter um porte arbóreo, medindo não mais do que 1 metro, aproximadamente.
As folhas do zimbro têm forma de agulha. São pontiagudas, curtas, dispostas em verticilos de três sobre os ramos. Possuem uma cor verde característica e apresentam um lado pálido na face superior.
As flores podem ser masculinas ou femininas, por isso se diz que é uma planta dioica. As primeiras têm um tamanho inferior, são de cor amarela, agrupam-se em pequenos cones de até 3 milímetros nos extremos dos ramos e são as encarregadas de produzir pólen. Por seu turno, as femininas reúnem-se em inflorescências globosas que produzem os frutos. Estas flores têm as escamas soldadas à base, verticiladas por 3 ainda que só são férteis as superiores.
Quanto aos frutos, as flores femininas são as encarregadas da frutificação. O resultado é um gálbulo com aspeto carnoso, em forma de bago, com um tamanho de até 10 mm de diâmetro e de cor azul-escuro e negros quando maduros.
Componentes do zimbro rasteiro
Alguns dos elementos que estão contidos no zimbro e que de alguma forma ajudam a que esta planta arbórea se possa usar no tratamento de doenças, são os seguintes:
- — Ácidos: Acético, ascórbico, clorogénico
- — Terpenos: Alfa-pineno, beta-pineno, alfa-humuleno, alfa-felandreno, alfa-copaeno, beta-felandreno, alfa-terpineno, gama-alfa-terpineol, sabineno, eucaliptol, nerol, ferruginol (contido na madeira), terpinen-4-ol (óleo essencial dos frutos e das folhas)
- — Terpenóides: Cânfora (contido nos frutos)
- — Mentol (frutos)
- — Resina (frutos e madeira)
- — Juniperina (frutos)
- — Hidratos de carbono: Fructose e glucose (frutos)
- — Flavonoides: Catequinas, epicatequinas, galocatequinas, epigalocatequinas, apigenina (nos frutos do zimbro)
- — Taninos (frutos) e galotaninos (madeira)
- — Fibra: Pectina
- — Minerais: Cálcio, cobalto, cromo, ferro, magnésio, manganês, fósforo, potássio, selénio, sódio e zinco (frutos)
- — Vitaminas: Vitamina C, B3, B1.
Principais usos do juniperus communis
Como muitas espécies vegetais, o zimbro também tem certas propriedades que o tornam especial no tratamento de diferentes doenças. O seu uso na medicina não é algo atual, pois, já na antiguidade se usava para tratar doenças infeciosas ou como ajuda nos partos.
Ainda que seja muito benéfica para a saúde, quando se sofre de doenças de intestinos e rins, não é recomendada a ingestão de juniperus communis. Para além disso, também não o devem tomar as mulheres grávidas ou lactantes.
Usos tradicionais do zimbro
Na antiguidade, o zimbro usava-se para lutar contra uma grande variedade de doenças. Em numerosos estudos, elaborados por médicos e botânicos antigos, mencionava-se que esta planta era adequada para provocar a urina, aquecer o organismo e para a obtenção de um verniz (gordura) que servia para as dores. Para além disso, estes especialistas consideravam que os frutos do zimbro são excelentes contra as mordidelas de espécies venenosas e para usar em tratamentos contra paralisias.
Usos atuais do zimbro
Na atualidade, as folhas, flores o frutos do zimbro utilizam-se em numerosos tratamentos para uso tanto interno como externo.
— Para uso interno: o zimbro é um bom diurético. Os seus componentes ajudam a estimular os rins e a produção de urina. A sua capacidade de aumentar a diurese pode ser aproveitada em doenças como a artrite reumática, a gota, a hipertensão ou a pedra nos rins. Também é uma planta medicinal aperitiva, estomacal e tónica.
O juniperus communis ajuda a remediar doenças do peito, graças às suas propriedades expetorantes (adequado para as constipações, bronquite, ou faringite). Para além disso, é um bom antissético e um bom antiespasmódico.
— Para uso externo: Para tratar problemas externos, o zimbro utiliza-se sobretudo como óleo essencial, um óleo que é obtido por destilação ao vapor das bagas secas, agulhas ou madeira. Dado que esta substância contém propriedades antissépticas e cicatrizantes, o zimbro é perfeito para tratar o acne, os eczemas e a dermatite.
É também é um bom analgésico para dores musculares e das articulações.
Como habitualmente aconselhamos, caso tenha dúvidas ao usar o juniperus communis como tratamento para alguma das doenças mencionadas, deve consultar sempre um profissional de saúde (médico, enfermeiro, farmacêutico) que o aconselhe.
Recorde, que uma má ingestão pode ter consequências graves.
Outros usos do juniperus communis: jardinagem, alimento e licores
O zimbro, para além dos usos medicinais. Também se utiliza, e de forma muito habitual, em jardinagem, como alimento ou na produção de licores.
- Jardinagem: Existem muitas espécies de zimbro e algumas foram introduzidas em jardins públicos como plantas ornamentais. Graças à sua resistência a condições climatéricas adversas, pragas e doenças, o zimbro tornou-se popular no design de espaços ajardinados.
- Alimento: O que se consume do zimbro são os seus frutos. As bagas produzidas por esta planta são ricas em açúcares e possuem um aroma resinoso. Algumas vezes são secadas para produzir farinha e para substituir o café.
- Fabrico de licores: os frutos do juniperus communis usam-se na produção de licores, concretamente no fabrico de gim.
Como fomos comprovando, este zimbro, concretamente algumas das suas partes (folhas, frutos) apresentam uma grande variedade de aplicações, usos que em muitas ocasiões podem ajudar a ultrapassar alguma doença.
Podemos afirmar que o zimbro não é uma mera planta decorativa.
Os cuidados de que o zimbro rasteiro necessita: necessidades e requisitos para que o seu desenvolvimento seja ótimo
Como todas as espécies vegetais de que falamos neste blogue, o juniperus communis também requer condições especiais para um bom desenvolvimento.
Apesar de ser uma planta austera que se adapta a climas continentais extremos, o zimbro rasteiro necessita de um de luz concreto, um solo com um pH particular e uma quantidade de água característica. Vejamos as necessidades desta planta:
- Luz: o zimbro rasteiro precisa de uma exposição total de sol e pode crescer em zonas de semissombra. É uma planta que se desenvolve em climas extremos, pelo que suporta geadas, vento e calor.
- Solo: a espécie communis desenvolve-se melhor em solos com um pH ácido, neutro, alcalino (ou muito alcalino). Pode tolerar terrenos pobres em nutrientes. A parte subterrânea deste arbusto cresce com vigor em substratos arenosos, e argilosos. É, pois uma planta que se adapta a quase qualquer tipo de solo, desde que esteja bem drenado.
- Rega: Deve-se regar de forma moderada durante todo o ano, dado tratar-se de uma espécie muito resistente à seca. Para evitar problemas, é recomendável que se deixe secar bem a terra antes de voltar a regar. Neste campo, deve-se ter em conta a exposição solar, a temperatura, a textura do solo, etc.
- Adubo: é aconselhável adubar durante o outono e a primavera com um pouco de matéria orgânica.
- Transplante: Tanto o transplante como a plantação devem ser efetuadas no outono e na primavera.
Como se vê, o zimbro ou juniperus communis não necessita de demasiados cuidados para se desenvolver. Como mencionado, é uma espécie resistente, austera e pouco exigente, que só requer a rega adequada ou um determinado tipo de adubo.
Centre-se nos aspetos que temos referido e conseguirá que a árvore se desenvolva adequadamente.
Possíveis doenças do juniperus communis e pragas que podem afetar o seu desenvolvimento
O zimbro, como mencionado anteriormente, é uma planta arbórea muito resistente que pode sobreviver em climas extremos e sob quase qualquer condição. No entanto, tal como muitas outras espécies vegetais, pode ser afetado por diferentes doenças e pragas. Entre elas destacam-se as seguintes:
— Fungos: Quando não existe uma boa drenagem do solo, o zimbro pode ser invadido por fungos, sobretudo na primavera (especialmente em climas quentes e húmidos). Para o tratar, temos que aplicar um fungicida que se adapte às condições da planta.
— Pragas: as mais habituais são a da cochonilha e a aranha vermelha. Ambos organismos alimentam-se da seiva do arbusto, causando no primeiro caso malformações nas folhas e nos caules, e no segundo, mudando a cor das folhas.
Para as combater é necessário usar, em primeiro lugar, óleos especiais, e se a praga não desaparecer e aumentar, recomenda-se utilizar os acaricidas adequados.