Todo o proprietário de um jardim procura conseguir ter o espaço perfeito. Ter um jardim bonito e perfeitamente cuidado é o sonho de qualquer floricultor, dado que não há melhor forma de mostrar os nossos dotes de jardinagem.
As plantas trepadeiras podem ser uma excelente opção para este objetivo.
Ainda que muitos possamos pensar que só servem para decorar e que, portanto, são apenas plantas ornamentais, tal está bem longe da realidade! Também existem numerosas trepadeiras hortícolas como, por exemplo, o quivi ou a videira. Por isso, neste novo artigo do blogue, vamos analisar algumas das espécies trepadeiras mais comuns, com o objetivo de que lhe sirvam de inspiração para melhorar o seu jardim. Além disso, detalharemos algumas das suas características mais importantes e explicaremos os cuidados que requerem cada uma delas, porque como todas as plantas vegetais, necessitam de certa atenção para poder crescer adequadamente e o que é mais importante, para não morrer.
Pensamos que pode ser muito estressante se se põe a pensar em todas as variedades de plantas trepadeiras existentes. Vamos, pois, resumi-las numa lista muito mais curta, de forma a poupar-lhe tempo a buscar.
As plantas trepadeiras: que são e que tipos existem
Antes de enumerar as variedades mais comuns, as características mais importantes e os cuidados que cada uma delas requer, não é de mais começar por definir o que é uma planta trepadeira.
As plantas trepadeiras são espécies que apresentam raízes aéreas para se agarrar a qualquer superfície, sejam elas muros, paredes, pérgolas ou cercas. Esta vegetação agarra-se a estes elementos com o objetivo principal de não cair. Mas não pense que mal se semeiam, começam a trepar.
Estas plantas começam a desenvolver-se no solo.
À medida que vão crescendo, começam a subir pelas superfícies. As trepadeiras não estão concebidas para trepar por si, autonomamente, daí que usem diferentes suportes para poder alcançar grandes alturas. Além disso, não se mantêm erguidas se não têm uma guia para trepar (o tronco de outra planta, uma rocha, uma parede, etc.). No entanto, existem espécies que não necessitam de uma superfície para trepar. Falamos das que constituem as trepadoras, vegetação que já abordamos anteriormente com o plumbago .
As trepadeiras podem ser uma excelente opção, não apenas para decorar uma zona do jardim, como também para aproveitar o espaço. Por vezes temos pequenas áreas na horta, dentro de casa ou no terraço, que são aborrecidas e pouco práticas.
Com o uso destas plantas vamos estar a criar uma maior sensação de amplitude, dando cor e embelezando essas superfícies.
Os tipos de plantas trepadeiras
As plantas trepadeiras podem-se classificar em 5 grupos diferentes de acordo com os órgãos que desenvolvem para poder trepar. Estes são, por exemplo, as raízes adventícias, gavinhas ou espinhos.
- Plantas trepadeiras com gavinhas: esta vegetação apresenta uns pequenos órgãos de fixação que oferecem a possibilidade e a capacidade de enrolar-se, as gavinhas. Entre as variedades mais comuns deste tipo estão, por exemplo, a Clematis (Clematide-branca, Clematite, Clematite-branca, Cipó-do-rei, Vide-branca, Vitalba), a Passiflora caerulea ou a Vitis vinifera, a nossa conhecida parreira ou vinha.
- Plantas trepadeiras autónomas: são as que produzem raízes diminutas ao comprimento dos caules para poder aderir a superfícies como paredes, muros ou pérgolas. Não requerem nenhum tipo de ajuda, daí que se considerem “autónomas”. Destacam-se a Hedera helix (hera), o Ficus repense (falsa hera, hera pequena, unha de gato) ou a Monstera deliciosa (costela de adão).
- Plantas trepadeiras — videiras: possuem caules largos e volúveis que têm o objetivo de se enredar a estacas, arames, postes, etc. Neste caso, são espécies que necessitam uma guia, dado que não trepam sozinhas. Dentro deste grupo podemos encontrar o Jasminum azoricum (jasmim-dos-açores ou jasmim-branco), a Campsis radicans ou o Ipomoea purpurea (Glória da Manhã).
- Plantas trepadeiras de espinhos: desenvolvem espinhos que depois usam para subir sobre um suporte. Geralmente precisam de estar atadas e guiadas, pois podem trepar sozinhas. São trepadeiras de espinhos as roseiras e as silvas.
- Plantas trepadeiras apoiantes: não têm orgãos que permitam agarrar-se às superfícies, por isso, têm de se apoiar sobre algum tipo de suporte ou estrutura. Destacam-se espécies como a Bougainvillea spectabilis (Buganvilia, Cansarina, Primavera, Sempre-lustrosa), a Podranea ricasoliana (Arbusto-de-Pandora, Bignonia-rosa, Ricasoliana, Sete-léguas, Trompetas) e o Plumbago capensis.
As variedades mais comuns de trepadeiras
As plantas trepadeiras são uma opção fantástica para encher de vida e de cor os espaços mais aborrecidos e desaproveitados, tanto do jardim, como da horta ou do interior de um edifício.
Tal como mencionado anteriormente, existem variedades ornamentais (são as mais comuns e utilizadas) e espécies hortícolas (como a videira, o quivi, a abóbora ou o pepino).
De seguida falamos acerca das cinco plantas trepadeiras mais comuns.
Analisaremos uma das variedades de cada grupo definido na secção prévia, ou seja, uma trepadeira de espinhos, apoiante, com gavinhas, autónoma e videiras.
Vitis vinifera, a trepadeira com gavinhas
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- Nome comum: Videira
- Nome científico: Vitis vinifera
- Classe: Magnoliopsida
- Família: Vitales
- Género: Vitis
- espécie: Vitis vinifera L.
- Origem: Planta trepadeira originária das regiões do sudoeste asiático e do centro e sudoeste da Europa. Na atualidade, cresce em todas as zonas que apresentem um clima temperado.
Vitis vinifera, mais conhecida como videira, é uma planta trepadeira que se vale de uns pequenos órgãos de fixação (as gavinhas) para escalar e enrolar-se nas superfícies.
A videira tem um tronco retorcido e tortuoso que pode chegar a medir uns 30 metros de comprimento se se deixa crescer livremente. Este, apresenta uma casca grossa e áspera da qual saem os ramos. As suas folhas são grandes (de até 12 centímetros) e de estípula caduca. Quanto às suas flores, são hermafroditas, de cor verde e encontram-se reunidas em panículas laterais e colocadas de forma oposta às brácteas.
A Vitis vinifera é melhor conhecida pelos seus frutos, as uvas. São bagas globosas com 2 a 4 sementes piriformes e ovoides, com calazar elítico.
Cuidados básicos da videira
Como todas as espécies vegetais, a Vitis vinifera requer alguns cuidados específicos e umas condições de cultivo básicas para se poder desenvolver corretamente. Quando falamos de condições e cuidados de sementeira está-mo-nos a referir a, por exemplo, rega, adubagem ou o tipo de solo.
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- A videira prefere um solo calcário, rico em matéria orgânica e que esteja bem drenado.
- Deve-se regar frequentemente durante as épocas de mais calor (ou seja, no verão). Entre cada rega deve-se esperar que o solo seque totalmente, pelo menos a parte superficial da terra, para evitar os encharcamentos. Durante o resto do ano, a quantidade de regas deve diminuir, mas sem esquecer que a superfície do terreno deve estar seca.
- Deve-se adubar a planta todos os anos no final do inverno. Deve-se levar a cabo uma fertilização natural (com composto ou estrume) e uma fertilização mineral durante a primavera e o verão.
- Quanto à poda, convém à Vitis vinifera uma poda intensa no final do inverno para fortalecer a planta.
Monstera deliciosa, a trepadeira autónoma
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- Nome comum: Costela de Adão
- Nome científico: Monstera deliciosa
- Classe: Lilipsida
- Família: Araceae
- Género: Monstera
- espécie: Monstera deliciosa
- Origem: Planta trepadeira que procede das áreas tropicais da América. A monstera deliciosa pode ser encontrada de forma silvestre desde o sul do México até à América do Sul.
A Monstera deliciosa, mais conhecida como costela de Adão, é uma planta perene trepadeira que conta com um caule grosso, que pode chegar a alcançar os 20 metros de comprimento.
Apresenta raízes aéreas que usa para se agarrar e trepar.
Este arbusto destaca-se pelas suas folhas em forma de coração que podem medir até 1 metro de comprimento. Em princípio, as brácteas são inteiras. Depois, à medida que vão crescendo, começam a dividir-se em diferentes lóbulos. A forma das folhas recorda as costelas, daí o nome de costela de Adão.
As flores da Monstera deliciosa são muito grandes, com a forma típica das aráceas, e têm um folhelho amplo em cujo interior se desenvolva o fruto. Convém assinalar que, em princípio, o fruto é tóxico. No entanto, quando amadurece por completo converte-se em comestível.
Condições de cultivo da Monstera deliciosa
Cuidar da costela de Adão é simples de levar a cabo.
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- O terreno em que se vai plantar deve ter uma base de terra de bosque rica em matéria orgânica. Se estiver plantado num vaso, as mudanças de devem ser feitas nas épocas de calor, ou seja, na primavera e verão.
- A Monstera deliciosa necessita de humidade ambiental. Por isso, as regas devem manter a terra húmida. O excesso de humidade pode provocar doenças de tipo fúngico.
- Deve-se aduba-la com fertilizante líquido com certa regularidade de abril a setembro.
- Necessita de um ambiente quente, banhado pela luz solar. Não suporta que os raios do sol incidam diretamente sobre ela, pelo que se adapta melhor às zonas menos iluminadas.
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Campsis radicans, a enredadera de vistosas flores
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- Nome comum: trombeta, jasmim da Virginia, bignónia vermelha.
- Nome científico: Campsis radicans
- Classe: Magnoliopsida
- Família: Bignoniaceae
- Género: Campsis
- espécie: C. radicans
- Origem: Planta trepadeira volúvel originária da América do Norte. É nativa dos bosques do sudeste dos EUA.
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A Campsis radicans é uma trepadeira rústica, de crescimento rápido e muito resistente. Dispõe de um caule lenhoso
com abundantes raízes aéreas para poder agarrar-se às superfícies, e que pode chegar a medir uns 10 metros de altura. Os seus ramos são longos e flexíveis, como lianas.
Esta espécie tem umas folhas pinadas, oblongas ou ovaladas, com a borda em forma de serra e de cor verde. São folhas caducas, ou seja, caem durante o outono e voltam a trepar na primavera.
As flores são o principal atrativo da Campsis radicans.
Estas, agrupam-se em inflorescências em forma de trombeta, de cor vermelha ou amarela (dependendo da variedade). Brotam do verão até ao outono. Os frutos são cápsulas de forma cilíndrica, de cor castanha e com um comprimento de cerca de 10 centímetros.
Cuidados básicos da Campsis radicans
A Campsis radicans é uma planta ideal para os jardineiros mais inexperientes, graças aos poucos cuidados que requer. O que se deve ter em conta ao plantar uma destas trepadeiras é o seguinte:
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- Que se desenvolva de forma ótima no exterior e em plena luz solar ou na semissombra.
- Quanto ao terreno, não é exigente. O único requisito importante é que deve estar bem drenado.
- Deve-se adubar na primavera e verão com um adubo universal que se destine a plantar flores. Deve seguir-se as instruções do mesmo.
- É uma planta muito resistente que suporta geadas de até -5ºC.
- Quando podar, recomenda-se retirar os caules que já tenham dado flor. Esta é uma tarefa para o final do inverno. Também se devem eliminar as flores murchas.
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Rosa californica, o arbusto espinhoso
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- Nome comum: Rosa californiana, rosa silvestre californiana.
- Nome científico: Rosa californica
- Ordem: Rosales
- Família: Rosaceae
- Género: Rosa
- espécie: Rosa californica
- Origem: Este arbusto é originário de certas regiões dos EUA e do México. Em concreto da Califórnia, Oregon e Baixa Califórnia. Também se encontra em regiões áridas, onde pode sobreviver à seca.
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- A Rosa californica é um arbusto trepador que forma matagal. Com caules espinhosos e curvos, esta planta pode chegar a alcançar os 2 metros de altura, aproximadamente.É uma espécie de folhas caducas, ou seja, as brácteas caem durante o outono.
A Rosa californica é muito conhecida pelas suas flores perfumadas. Estas podem crescer solitárias ou em inflorescências. Cada uma das rosas está aberta de frente, apresenta cinco pétalas de cores que podem variar do rosa quase branco ao magenta profundo. Produzem frutos, de cor vermelho alaranjado quando maduros, de forma ovalada.
A Rosa californica pode autopolinizar-se ou usar insetos para transferir o pólen de uma flor para outra.
Cuidados básicos da Rosa californica
Esta planta trepadeira, tal como as já analisadas anteriormente, requer cuidados específicos e de condições de cultivo básicas para desenvolver-se de maneira ótima e poder sobreviver. Os requisitos mais importantes são os seguintes:
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- A Rosa californica pode crescer de forma adequada em lugares de semissombra e em zonas com exposição direta ao sol, não é muito exigente quanto à localização e à luminosidade.
- Crescerá melhor em solos arenosos, argilosos ou muito argilosos, com um pH ácido, neutro ou alcalino, e sobretudo, que estejam bem drenados.
- O terreno deve manter-se geralmente húmido, portanto, ao regar, deve ter isso em conta. As regas dependerã da humidad do solo e de fatores como a exposição solar, a temperatura existente ou a textura do terreno. Não tolera os encharcamentos.
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Bougainvillea spectabilis, a trepadeira apoiante
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- Nome comum: Buganvilia, Cansarina, Primavera
- Nome científico: Bougainvillea spectabilis
- Ordem: Caryophyllales
- Família: Nyctaginaceae
- Género: Bougainvillea
- espécie: Bougainvillea spectabilis
- Origem: Esta planta trepadeira é originária do Brasil. Neste país pode-se encontrar na Amazónia e na Mata Atlântica.
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A Bougainvillea spectabilis é um arbusto perene (sempre verde), espinhoso e com ramos. De crescimento rápido, pode chegar a alcançar os 10 metros de altura.
Esta planta não conta com gavinhas para trepar, por isso, apoia-se em suportes.
A buganvília apresenta folhas elípticas, de 10 centímetros de comprimento. Estas têm uma base estreita, um ápice agudo e podem ser caducas (em regiões temperadas) e de folha perene (nas zonas tropicais). Floresce na primavera, verão e permanece até ao outono.
As flores da Bougainvillea spectabilis não são de particular destaque. A característica mais importante desta planta trepadeira são as brácteas que envolvem as flores e que determinam a cor da variedade. Podem ser brancas, amarelas, cor de rosa, magenta, púrpura, vermelha, etc.
Cuidados básicos da Bougainvillea spectabilis
Voltamos a encontrar-nos ante uma espécie que requer certos cuidados para se desenvolver corretamente. As condições do cultivo são determinantes para o crescimento desta planta.
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- A buganvilla requer luz solar, pelo que uma localização exterior pode ser perfeita. Com uma boa quantidade de luz, a planta poderá ter um crescimento muito mais compacto, ser mais densa, mais sã e com uma floração mais abundante.
- Não suporta geadas extremas. Pode chegar a desenvolver-se sem problemas quando as temperaturas se encontrarem acima dos 10º centígrados. As geadas podem danificar as suas partes aéreas.
- A buganvilla resiste bem à seca, no entanto, deve-se regar de forma moderada durante o seu período de crescimento. As regas têm que diminuir quando a planta se encontrar em repouso e deve-se manter o terreno seco.
- Não é muito exigente com o tipo de terreno, no entanto, prefere solos férteis, não muito argilosos e que estejam bem drenados.
- O adubo dependerá de se a planta está semeada no jardim ou num vaso. No primeiro caso, há queusar um adubo de tipo orgânico no outono e inverno e um adubo mineral na primavera. No segundo caso, pode-se usar um adubo solúvel na água da rega.
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Esta é a nossa pequena lista das plantas trepadeiras mais interessantes. Esperamos que este artigo tenha servido de ajuda e tenha servido de inspiração para decorar o seu jardim.
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