Hoje trazemos mais uma ficha de plantas, e desta vez as protagonistas absolutas são as trepadeiras volúveis.
Já escrevemos sobre estas plantas trepadeiras num artigo anterior. Agora vamos analisá-las em profundidade.
De uso principalmente ornamental, estas plantas têm servido de inspiração para a decoração de jardins, terraços e espaços verdes desde há muitos anos. Por isso, se pretende encher de vida e de cor uma zona de casa mais aborrecida, recomendamos que continue a ler.
A seguir poderá encontrar as características básicas de uma planta volúvel. Além disso, listamos as variedades mais comuns e interessantes, em que incluiremos as peculiaridades de cada uma delas e os cuidados de que necessitam.
Trepadeiras volúveis: Que são e que características têm
Antes de analisar as variedades de plantas volúveis mais comuns, convém definir que tipo de plantas são e quais são as suas características principais.
As trepadeiras volúveis são plantas trepadoras que se caracterizam por apresentar um caule largo e volúvel. Este tem a missão principal de “enredar-se” e trepar por diferentes superfícies: postes, paredes ou pérgolas.
Em conclusão, é uma planta que necessita de uma guia para trepar.
As plantas volúveis podem-se classificar segundo diferentes fatores. Por exemplo, podem ser de crescimento lento ou rápido, podem-lhe cair as folhas ou não (caducas ou perenes), podem ter ou não flores e o caule pode ser herbáceo (delgado) ou lenhoso (eixos perenes com uma casca dura).
Existem numerosas variedades de plantas volúveis, mas, todas têm em comum uma coisa: desenvolvem diferentes órgãos para aderir às superfícies, ou dito de outro modo, produzem raízes adventícias, gavinhas ou uncinus para poder trepar.
A seguir analisaremos algumas destas variedades. Em concreto, vamos escrever sobre uma espécie de madressilva, de jasmim, da glicínia e da campainha.
As variedades de plantas volúveis mais comuns: características e cuidados
Tal como já mencionado, existe uma ampla variedade de plantas volúveis. Todas elas apresentam órgãos para se poderem ‘agarrar’ às superfícies, mas diferem umas das outras em aspetos como a floração, os cuidados ou o crescimento.
Vejamos, portanto, estas espécies.
Lonicera caprifolium, a madressilva dos jardins
- Nome científico: Lonicera caprifolium
- Nome común: madressilva
- Classe: Magnoliopsida
- Ordem: Dipsacales
- Família: Caprifoliaceae
- Género: Lonicera
- Origem: a madressilva-dos-jardins é um arbusto trepador originário do sul da Europa.
A Lonicera caprifolium, conhecida popularmente como madressilva-dos-jardins, é uma planta arbustiva e trepadora utilizada para a decoração de espaços verdes, paredes ou muros.
Esta madressilva é reconhecida pela sua grande resistência.
É um arbusto perene (sempervirens) que pode chegar a alcançar os 2 metros de altura e os 6 metros quando é cultivada. O seu caule, robusto e de cor avermelhado, apresenta uma aparência lenhosa. As suas folhas são de cor verde-claro na parte de trás e mais escuro no lado oposto. Estas apresentam-se de maneira oposta nos ramos e as que se encontram na parte superior da planta formam uma espécie de copa.
As flores da madressilva têm uma forma de campânula, são aromáticas e as cores variam (podem ser brancas, amarelas ou rosas). Agrupam-se na copa formada pelas folhas. Quanto ao seu fruto, é uma baga alaranjada que se desenvolve no outono.
Como cuidar da Lonicera caprifolium
- Para que a madressilva-dos-jardins se desenvolva adequadamente necessita de umas condições de cultivo específicas. É uma planta volúvel resistente e pouco exigente, no entanto, não está isenta de certos cuidados.
- Para que a Lonicera caprifolium cresça de maneira ótima, deve-se cumprir o seguinte:
- Localização: apesar de necessitar de muita luz solar para crescer, a madressilva deve ser protegida da luz solar direta. Prefere zonas de semissombra ou os lugares em que a luz chegue filtrada.
- Recorde que a deve colocar perto de uma superfície ou elemento a que possa trepar.
- Rega: deve-se evitar o encharcamento e deve-se rega-la regularmente. Tolera melhor a seca que um solo húmido. Além disso, é importante mencionar que prefere a água da chuva.
- Solos: o solo mais adequado é o que está composto por turfa e terra de urze com uma pequena quantidade de perlite ou areia de rio.
- – Poda:Recomenda-se podá-la de forma leve no início do inverno para conseguir que a planta se desenvolva com mais vigor durante a primavera.
Jasminum officinale, ou jasmim comum
- Nome científico: Jasminum officinale
- Nome comum: jasmim comum, jasmim branco.
- Classe: Magnoliopsida
- Ordem: Lamiales
- Família: Oleaceae
- Género: Jasminum
- Origem: Esta planta trepadora é originária do Cáucaso, do norte do Irão, Afeganistão, Paquistão, índia, Himalaias e de China ocidental. Na atualidade cultiva-se em numerosos países.
O Jasminum officinale é um arbusto trepador, conhecido como planta volúvel, que pode chegar a medir uns 6 metros de altura. É muito ramificado e as suas folhas encontram-se compostas por até 9 folíolos com a forma de ponta de lança e de cor verde-escuro.
O jasmim floresce na primavera. As suas flores são brancas e perfumadas.
Dado que se trata de uma planta cheirosa, o Jasminum officinale é utilizado na elaboração de perfumes e como aromatizante em infusões e chás.
Os requisitos de cultivo do Jasminum officinale
Vejamos agora que condições de cultivo e cuidados requerem os jasmins.
- Como é de esperar, para que esta planta se desenvolva adequadamente, tem que se cumprir uma série de fatores ou aspetos.
- Os cuidados do Jasminum officinale são os seguintes:
- Localização: esta espécie trepadora deve ser colocada num lugar ensolarado e protegido do frio intenso.
- Solo: o terreno deve ser leve e estar bem drenado para evitar os encharcamentos de água. Deve-se adubar com produtos orgânicos (estrume) durante o inverno e com adubo líquido durante o verão (aproximadamente quinzenalmente).
- Rega: o jasmim é muito sensível ao excesso de humidade e aos encharcamentos, pelo que se deve ter especial cuidado com a quantidade de água fornecida. As regas dependem dos fatores mencionados anteriormente, ou seja, da localização ou do tipo de solo em que está plantada .
- Luz: o Jasminum Officinale pode crescer de forma ótima em lugares de semissombra e também em sítios banhados pela luz solar direta.
Wisteria sinensis, a planta volúvel de folhagem espessa
- Nome científico: Wisteria sinensis
- Nome comum: Glicínia chinesa.
- Classe: Magnoliopsida
- Ordem: Fabales
- Família: Fabaceae
- Género: Wisteria
- Origem: planta volúvel originária da China.
A Wisteria sinensis, mais conhecida como glicinia, é um arbusto trepador que alcança grandes dimensões (pode chegar a medir 15 ou 20 metros). Esta planta volúvel desenvolve umas gavinhas para poder ‘segurar-se’ às superfícies, mas não cresce sozinha, necessita de guias para poder trepar.
Normalmente é atada com arames ao elemento por que se quer que suba.
A glicínia tem folhas caducas (perde-as durante o outono), compostas por até 13 folíolos elíptico-ovados de cor verde-escuro. As flores desprendem cheiro e costumam ser de cor azul-violáceo. A floração aparece no início da primavera – março, portanto.
Os frutos desta trepadeira são vagens achatadas, de cor pardo e com um comprimento de aproximadamente 10 cm. As sementes e vagens são muito venenosas, pelo que o consumo humano não é recomendado.
Como cuidar da Wisteria sinensis
- Como toda a espécie vegetal, a Wisteria sinensis requer alguns cuidados e condições de cultivo específicas para se desenvolver adequadamente. Para que o seu crescimento se leve a cabo sem nenhum tipo de problema, deve-se cumprir o seguinte:
- Luz: a glicínia necessita de sol direto para sobreviver e desenvolver-se de forma ótima.
- É uma planta de clima temperado que resiste às geadas.
- Solos: prefere os solos argilosos, férteis e que retenham bem a humidade. Além disso, deve-se plantar em terrenos profundos, dado que cresce de forma abundante e as suas raízes costumam ramificar-se bastante.
- Regas: a quantidade de água fornecida deve aumentar à medida que a temperatura aumenta, ou seja, durante a primavera e o verão. Não tolera os encharcamentos de água, portanto, deixe secar o terreno entre as regas.
Ipomoea purpurea, a planta volúvel com folhas em forma de coração arrendodado – cordiforme
- Nome científico: Ipomoea purpurea
- Nome comum: Campainha, Corriola, Glória da Manhã, Bons-dias, Ipomeia.
- Classe: Magnoliopsida
- Ordem: Solanales
- Família: Convolvulaceae
- Género: Ipomoea
- Origem: planta volúvel originária da América. Esta planta trepadora é nativa de regiões como o México e América Central.
A Ipomoea purpurea é uma planta volúvel que, como todas as campainhas, se enreda sobre si mesma, formando estruturas. Esta planta trepadora pode chegar a medir uns 2 ou 3 metros de altura, sendo usada principalmente como elemento decorativo de vedações e muros.
Apresenta caules muito finos e umas folhas em forma de coração.
Mas o que mais caracteriza a campainha são as suas flores. Aparecem durante a primavera e mesmo em pleno outono, têm forma de trombeta e são de cor roxa e branca. Durante o dia abrem-se e à noite fecham-se.
O fruto da Ipomoea purpurea é uma cápsula flobosa. As sementes são venenosas, pois contêm toxinas que, se consumidas, provocam uma intoxicação severa.
As condições de cultivo da Ipomoea purpurea
- O desenvolvimento da campainha depende das condições de cultivo existentes. Com os cuidados adequados torna-se numa planta vigorosa e de flores bonitas:
- Luz: esta planta requer uma boa iluminação e por isso, recomenda-se planta-la em zonas de luz solar plena. Além disso, pode crescer sem nenhum problema em localizações de semissombra.
- Solo: a Ipomoea purpurea não é demasiado exigente. No entanto, desenvolve-se com mais vigor em solos bem adubados, drenados, que são frescos e que dispõem de uma boa quantidade de matéria orgânica.
- Adubagem: o terreno deve ser adubado no início da primavera com uma base de composto.
- Rega: a campainha requer regas frequentes durante a primavera e durante o verão (ou sempre que as temperaturas estejam mais elevadas). Nestas alturas, a terra deve estar húmida.